Responde tu se fores capaz

Quem somos nós? Quando o somos? Somos sempre nós? Em qualquer situação? Seremos nós sempre nós?

Somos o que fazemos, mas nem sempre fazemos o que somos, quantas vezes não deste por ti a fazer tudo ao contrário do que planeaste e doutrinaste. Quem és tu então nesse hora? Somos nós o arrependimento ou somos o que fizemos? Seremos nós então um pouco de cada? Seremos nós mais que um? Seremos nós todos, não apenas mais um, mas sim vários? Como pudemos nós ser mais que um?

Concentremo-nos então na questão? Ou devemo-nos concentrar na resposta? Por vezes irrita-me estar vivo. Não, não é bem o facto de estar vivo, é mais o facto de pensar, por vezes pensar irrita-me. Gostava de estar vivo e não pensar. Mas não no corpo de um qualquer insano ou de um outro qualquer humanóide não pensante. Gostava de ser assim sei lá, como uma ave. Uma qualquer, de preferência de uma espécie que durasse muitos anos, e que tivesse um voo imponente e gracioso, fascina-me o voo das aves, fascina-me a suprema vitoria da natureza contra a própria natureza, elas venceram e nós invejamos, todos nós, nem um só homem que pisou este planeta pode dizer que um dia não as invejou. Mas mais fascinante que o seu voo é o facto de elas não pensarem, ou de não pensarem como nós, ou se calhar até pensam como nós, até porque não deve haver formas distintas de pensar, mas isso também não interessa, o que realmente importa é que mesmo que elas pensem como nós, julgo que elas não têm duvidas estúpidas, elas, assim como todos os restantes animais, parecem ser muito mais objectivos nos seus pensamentos, pelo menos aparentam. Agora nós humanos perdemo-nos em cada pormenor que até dá raiva. Eu tenho raiva de pensar em demasiadas coisas pois estando nós sempre a pensar desde que acordados, é inevitável que de vez em quando damos por nós a pensar em cada merda sem jeito nenhum e que não interessa a ninguém, inclusive a mim. Irrita-me esse facto. Irrita-me tanto que chego a desejar não pensar em nada, preferia não pensar em nada do que ter que passar por estes momentos de pura merdice cerebral. Pois reparem, devemos-nos nós concentrar na pergunta ou é na resposta? Qual será a posição mais benéfica para resolver a questão com êxito? Será concentrado na pergunta, ou será na resposta? Esta duvida é crucial e impeditiva, a existência desta duvida retrai em muito a minha vontade, e consequentemente a minha performance em escrever o há momentos atrás me propus, mas vou tentar continuar.

A questão era então a seguinte: - Como pudemos nós ser mais que um?