segunda-feira, 30 de março de 2009

Soluções místicas inacabadas...

Volta cruzada
Em roda da quadrada solidão,
Dá à luz as sombras,
Que fizeram do fogo só luar!

Por agora,
Clarões e arrepios,
Ou
Trovões e calafrios.
Mais
O chilrrear de pássaros mecânicos,
Mais
As vozes eléctricas,
As perfuradoras humanas,
Os estridentes gestos,
Todos,
Rebentam em ecos de egos;
Esbranquiçados,
Esvoaçados,
Intolerados,
Atraídos a choques frontais,
Em jogo de cintura,
À última, evitados.

De noite,
Uivam os cães mais sossegados
As dores precárias das vidas de cão.
De noite,
Amantes enganados,
Escondem a medo,
O desengano.
De noite,
Dor e prazer misturam-se à mesa,
Servidos em geral,
De quente a escaldante.

De noite morre-se,
Mata-se,
Os outros ou os próprios.

De noite,
Vive-se,
Em prínpio só!

De dia também.
Tudo isto e mais além.

Mas de noite,

De noite,
Tudo ganha uma outra negra cor,
Nuvens de fumos filtram imperfeições.
E as mortes,
Os beijos,
As fugas,
E solidões,
Ganham belezas místicas,
Imemoravelmente idolatradas.

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