terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vou ser tu!

Na margem do rio largo
De correntes fortes,
Situado em terras a que nunca fui,
Vejo alguém da outra margem
De olhar fixo em mim.
A silhueta, envolta em neblina,
Imóvel,
Tal como eu agora,
Repete-me em reflexos inversos,
Assim como as águas semi-paradas repetem rostos.

Aquele além sou eu,
A olhar para mim,
Tal como eu
Agora me olho.

As horas de tédio serão sempre tão longas...
Assim como não conheço gente
Que tenha pressa
Em que as horas do sonho passem.

Vivemos sempre tão longe...
Sempre o mais longe possíveis de nós,
Mas isso,
Do longe,
Aplica-se ao perto,
Sempre acutilados nos próprios interiores,
Sempre esmagados em nosso ser.

Arrepios tem,
Quem quer ter.
Rios tem,
Quem os quer ver.

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