domingo, 26 de julho de 2009

Espelho de luzes

Foi a tempo,
Que tempo se fez tempo
E nesse mesmo tempo,
Ao tempo de um tempo,
O tempo foi a tempo
De ver nascer o primeiro tempo.
A lengalenga,
Inspirada a tempo,
Numa lengalenga usada do tempo,
Tão óbvia
Quanto eficaz
E mortal!

Estar vivo mata!
Nada mais letal que a vida,

E o tempo,

Que se faz a tempo,
No tempo,
Apenas mede a capacidade mortífera da vida,
Dá-lhe valores,
Atribui-lhe estádios,
Designações,
Ilude um sem fim de fases,
Épocas,
Eras,
Ludibria mentes,
Mente.

O tempo passa,
A palavra fica.

Tempo.

Tivessem consciência as palavras,
E esta,

Tempo,

Sentiria vergonha de ser.

Só de ser.

O tempo perguntar ao tempo
E deixar tempo
Para que o tempo responda...

Que palavra insana esta?
Que deprimente
E doente,
Esta palavra tempo.
Doente de si mesma,
Esta espiral hipnótica e nuclear!

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