Os anos, as fases, as alturas, acumulam-se em cada indivíduo tal qual cresce uma função exponencial. Primeiro lentamente, mas depressa tomam proporções imensuráveis. Nas funções exponenciais cresce-se para o infinito e nos nossos anos, nas nossas fases, nas nossas alturas? Para onde crescem elas? Para onde nos cresce a vida? Finito ou infinito?
Dá-se agora, no caso particular da minha vida, um salto exponencial, agora tudo deixa de acontecer devagar para passar tudo a acontecer a um ritmo alucinante. Já me sinto tão usado! Já ando tão farto de tantas vidas… Acumulam-se tantos eus em nós, somos tanta coisa assim tão de repente, que nos é impossível não tontear com o peso de tanta pessoa numa só.
A vida muda-se, aliás a vida é isso, mudança. Toda a vida se faz com e na mudança. Há quem mude mais que outros, há anos que acumulam menos fases, menos alturas que os mesmos anos atingem, passados eles, noutra pessoa. Mas, por menos que se mude, todos mudam, primeiro nascemos e permanecemos crianças por um bom pedaço de tempo, mas mal comecem as primeiras mudanças tudo se precipitará. De putos viramos homens, profissionais, pais, temos hobby’s, somos um sem fim de eus que podemos ser. Sensíveis ou ambiciosos, curiosos ou comodistas, muitas são as formas de se fazerem em nós novos eus…. Ou seja, todos temos um passado onde guardar as nossas formas de ser, todos os eus que fomos e que estamos a ser.
O que considero mais interessante neste fenómeno de possuirmos, a maior parte de nós, e, uns melhores que outros, um passado bem descrito na nossa memória, é que se houver resposta para as questões, quem somos e donde vimos, essa resposta, se houver, encontrar-se-á no passado. Algures nos nossos passados encontram-se respostas contundentes ás nossas maiores dúvidas presentes.
Nosso passado, acompanha-nos a toda a hora, é o nosso espelho interior. É no passado que vemos quem fomos, quem somos e quem podemos vir a ser. De certa forma vivemos apenas para ter passado. Não é mesmo lá, no passado, que vivemos mais tempo? Não concordam que é no passado que mais vivemos? Por mais sonhadores que sejamos ou por mais dia-a-dia que levemos a vida, em todos os simples actos e pensamentos corriqueiros se encontram informações do passado gravadas numa das nossas memórias.
Um estudo ao passado e á memoria é o que proponho!
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Fundamentos para uma espécie de não sei muito bem o quê… (I)
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